segunda-feira, 19 de outubro de 2009

William Bonner e a caveira de máscara

Interessante a entrevista que a Marília Gabriela fez com o William Bonner ontem no canal GNT. Obviamente ela perguntou sobre a famosa edição da Globo no debate dos então presidenciáveis Collor e Lula. O que se diz, é que a Globo apoiou claramente Collor através de uma edição totalmente imparcial.

Ele se saiu bem, dizendo primeiro que acha que nenhum debate deve ser editado, por se tratar de um organismo vivo. Na época um jornal da Globo havia lançado uma edição na qual os dois se saiam bem, mas que para ele, o Collor venceu o debate. Depois, "alguém, não se sabe quem" deu a ordem pra que fosse editado daquela maneira. Essa edição, que é a mais conhecida, saiu no Jornal Nacional. Enfim, disse que no seu livro sobre a história do JN, tudo isso é tratado com coragem, sem medo de tirar os "esqueletos do armário".

Vou resumir minha opinião: é absurdo acreditar que numa estrutura como a da Globo, "não se sabe quem" deu a ordem. É claro que sabem. Se ele se sente tão confortável pra falar sobre o assunto, e fala isso em nome de toda a equipe, não há porque não querer assumir uma posição, seja ela qual for. o fato de não abrir o jogo é uma indicação clara de que há mais coisas por trás. O esqueleto saiu do armário, mas a caveira ainda veste uma máscara.

-Gabriel

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Títulos lançados

Acho extremamente positiva a iniciativa dos editores de audiolivro no Brasil estarem se esforçando para lançar mais títulos no mercado. Como sabemos, é um mercado ainda na infância, mas com um potencial de crescimento enorme.

Resta ainda muita coisa pra saber sobre o que ele irá significar para o público brasileiro. Apenas recentemente, pra se ter idéia, o termo "audiolivro" se fixou no mercado, na medida que grandes redes, como Saraiva, Livraria Cultura e outras, passaram a adotar a nomenclatura. Parece pouco mas dá a dimensão do estágio em que estamos. Não conheço nenhuma pesquisa que indique a porcentagem de pessoas, que seja na cidade de São Paulo que sabem o que é audiolivro. Mas não tenho medo de arriscar: menos de 1%.

Mas pela maneira como o trânsito paulistano caminha, tudo indica que cada vez mais o audiolivro será uma ótima saída para controlar o estresse dos motoristas.

Está ficando claro pra mim que a simples leitura de jornais (ou blogs, agora a moda é blog) informa, mas não aprofunda. E é interessante aprofundar-se em alguma coisa, não pra saber tudo sobre aquilo que se lê (só isso, sem que haja uma funcionalidade direta, seria pura vaidade), mas pra saber pensar sobre o mundo, com corpo mente e alma.

Quero parabenizar o Buzo (Alessandro Buzo) e o de Maio (Alexandre de Maio) pelo que está se tornando o seu jornal "Boletim do Kaos". A força com que a periferia está chegando é positivamente assustadora. Reportagens incríveis, com uma visão de mundo extremamente autêntica e inteligente. Porque afinal, jornalista neutro, ou escritor neutro, é conversa pra boi dormir.

-Gabriel Góes